Por que decidi investir em fundos imobiliários?
De
início, faço um alerta: cada investidor deve ter os seus motivos. Aqui, vou
falar os motivos que me levaram a investir em fundos imobiliários, porém, fique
atento, pois esses motivos podem não se encaixar no seu planejamento. Isso é
bem individual. O que serve para mim pode não servir para você (como tudo na
vida, aliás).
Feito
o alerta, vamos lá.
Anos
atrás, lá nos idos de 2015/2016, quando comecei a estudar muito sobre educação
financeira, descobri o conceito de “independência financeira”. Fiquei
fascinado. Até então, nunca tinha me passado pela cabeça a possibilidade de me
aposentar antecipadamente e poder fazer apenas aquilo que de fato me dá prazer
(quando falo em “aposentar antecipadamente”, não estou falando da visão
tradicional de aposentadoria como uma pessoa de idade avançada em casa sem nada
para fazer todos os dias; estou me referindo a ter liberdade de tempo e espaço
e não precisar vender meu tempo de vida para meu patrão em troca de ganhar algum dinheiro no fim do mês).
Dentro
dos meus estudos de educação financeira, esse tema da independência financeira
me interessou bastante e, assim, comecei a procurar materiais sobre o tema e
aprender cada vez mais. Estudei em livros de educadores, vídeos no Youtube e em
cursos de especialistas.
Praticamente
todos os materiais que eu consultei apresentavam duas etapas na jornada da
independência financeira: a fase de acumulação e a fase de fruição.
A
primeira fase é de acumulação. Durante essa fase, o indivíduo passaria anos, ou
décadas, acumulando patrimônio. É a fase da vida em que o indivíduo vai
construir seu patrimônio. Trabalhar, poupar e investir visando o longo prazo. Foco na acumulação. O
indivíduo passaria alguns anos ou décadas a fio acumulando recursos para,
futuramente, viver desse patrimônio.
Após
décadas e já tendo acumulado um patrimônio suficiente que lhe permita viver dos
seus frutos, chega a segunda fase: a fase de fruição. Nessa fase, o indivíduo
finalmente alcançaria a tão desejada independência financeira e poderia viver dos
rendimentos frutos do patrimônio acumulado na primeira fase. O indivíduo
poderia se aposentar antecipadamente e se dedicar totalmente às coisas que lhe
dá prazer. Poderia, se quisesse, parar de vender seu tempo por dinheiro e usar
todo seu tempo para cuidar da família, saúde, hobbies ou, poderia, ainda, continuar trabalhando, mas fazendo algo que realmente lhe dá prazer.
Enfim,
muitos anos acumulando e, depois, muitos anos aproveitando.
Isso
foi o que aprendi. E, de fato, comecei minha jornada de investidor seguindo
essa cartilha e investindo inicialmente apenas pensando na fase de acumulação.
Selecionei apenas ativos de crescimento, de acumulação. Nada gerava renda
passiva, nenhum ativo colocava dinheiro no meu bolso diretamente, nenhum ativo
pingava dividendo ou rendimento na minha conta. E, para mim, estava tudo bem,
afinal, estava conforme o que aprendi. Primeiro, anos só de acumulação, depois,
anos só de fruição.
Esse
plano está errado? Não necessariamente. De fato, obtive bons resultados. Saí do
absoluto zero para meus primeiros milhares de reais. Ao longo de alguns anos
consegui acumular uma quantia relativamente boa. Ou seja, tive resultados bons.
Por isso digo que esse plano inicial não estava errado. Mas depois de algum
tempo percebi que esse plano poderia ser aperfeiçoado (como tudo na vida,
aliás).
Eu
passaria muito tempo só acumulando e, depois de décadas, eu iria viver dos
frutos do meu patrimônio. Mas como faria isso? Como usufruir do meu patrimônio?
Afinal, eu passaria décadas só acumulando, sem aprender nada sobre fruir o
patrimônio. Justamente no momento em que eu precisaria usufruir efetivamente do
meu patrimônio para viver, eu teria que aprender como fazer isso.
Isso
me pareceu algo bem perigoso, porque todo iniciante tende a errar. Faz parte do
aprendizado. Imagine se eu errasse com um patrimônio enorme que demorei décadas
para acumular? Essa foi a primeira falha que identifiquei no meu planejamento.
Percebi que não seria prudente deixar para aprender como usufruir só lá na
frente. Eu preciso chegar na fase de fruição já sabendo como usufruir do meu
patrimônio.
Então,
decidi trazer a curva de aprendizado para o momento presente. Ou seja, começar
a usufruir do meu patrimônio desde já. Assim, durante a fase de acumulação eu
já estaria aprendendo como usufruir. Quando eu chegar lá na frente e declarar
minha independência financeira e precisar efetivamente usufruir do meu
patrimônio, eu já saberei como fazer isso. Já terei anos de experiência e
aprendizado.
Outro
ponto. Os juros compostos. A fórmula dos juros compostos. Sabemos que os juros
compostos são calculados levando em conta a atualização do capital. Isto é, os
juros incidem não apenas sobre o valor inicial investido. Incidem também sobre os juros
acumulados (famoso juros sobre juros). A fórmula dos juros compostos é a
seguinte:
M = C (1+i)t
Onde,
M:
montante
C:
capital
i:
é a taxa
t:
período de tempo
Temos
3 variáveis na fórmula dos juros compostos: capital, taxa e tempo. O capital eu
controlo, basta eu ganhar mais e aportar mais. A taxa eu não controlo, pois não
sou eu quem define as taxas dos investimentos. E o tempo eu controlo de certa
forma, pois quanto antes eu começar mais tempo eu tenho.
Então,
decidi concentrar esforços nos dois fatores da fórmula que estão sob meu
controle: capital e tempo. Eu decidi aportar mais e o quanto antes. E como eu
faria isso? Fazendo meu patrimônio render desde já.
Pense
comigo: se eu começasse a fazer meu patrimônio render dinheiro na minha conta,
como na fase de fruição, eu poderia reinvestir esse rendimento. Seria uma forma
de aumentar o valor que eu invisto o quanto antes. A ideia me pareceu boa.
Juntando
as duas ideias (trazer a curva de aprendizado sobre fruição para o momento
presente e acelerar os juros compostos através do reinvestimento da renda) decidi
aperfeiçoar meu plano de independência financeira. Decidi que destinaria uma
parte do meu patrimônio para ativos geradores de renda. Assim, eu
começaria a aprender como usufruir do patrimônio e teria mais capital para
investir.
Durante
as pesquisas por ativos geradores de renda, encontrei várias classes de ativos:
títulos do tesouro direto que pagam cupons periodicamente, ações de empresas
que pagam dividendos periodicamente e os queridos fundos imobiliários.
Foi
assim que encontrei os fundos imobiliários. Estava procurando ativos
geradores de renda e os encontrei. Conforme fui aprofundando os estudos dessa
classe de ativos fui observando suas características, suas vantagens e fui gostando cada vez mais.
Sinceramente,
acredito que o ideal é a diversificação em várias classes de ativos geradores de renda. Ter tudo:
renda fixa pública, renda fixa privada, ações, fundos imobiliários etc. Assim,
a fonte de renda dificilmente vai secar. Pode até diminuir o fluxo, mas “onde
pinga não seca” (como diz meu amigo Pai Mei Investidor, alias, vale segui-lo no instagram).
Ah,
outro ponto que andei pensando sobre as duas fases (acumulação primeiro e
fruição depois): a fase de fruição não dispensa a acumulação. Mesmo na fase de fruição
penso que o ideal é continuar acumulando. Por quê? Porquê devemos ser superavitários
a vida toda. Sempre gastar menos do que se ganha, para diminuir as chances dilapidar todo o patrimônio e chegar ao ponto de não ter mais de onde usufruir. Acho que seria imprudente gastar
absolutamente tudo que se ganha na fase de fruição. É como penso, se bem que,
nesse ponto, não tenho autoridade alguma, simplesmente
porque nunca cheguei na fase de fruição para verificar se isso é de fato
verdade.
Em
resumo: após pensar bastante, cheguei à conclusão de que as fases de acumulação
e de fruição não precisam ser necessariamente estanques. O que há é uma
predominância. Na primeira fase, obviamente predomina a acumulação, mas os
ativos geradores de renda não precisam ficar de fora. Podemos incluir ativos
geradores de renda na fase de acumulação, desde que os rendimentos sejam
reinvestidos para potencializar a acumulação (e gerar o aprendizado de fruição
desde logo). E na fase de fruição talvez seja uma boa continuar sendo
superavitário e manter algum nível de acumulação. Obviamente pode acumular
menos, mas a ideia é de que as duas fases são precisam ser estanques. Há uma
predominância, e não uma exclusividade.
Pois
bem, essa é a história de como incluí os fundos imobiliários no meu planejamento
rumo à independência financeira.
Repito: esses são os meus motivos para investir em Fiis. Você sabe os seus?
Muito bom camarada! Um excelente texto para quem quer iniciar nos investimentos.
ResponderExcluirSucesso no blog e se precisar de algo, conte comigo.
Obrigado! Ainda estou apanhando um pouco com a tecnologia, mas pretendo postar ao menos 1 vez por semana doravante
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