Quem sou eu?
Meu nome é Filipe.
Filho de um Policial Militar e uma Professora do Estado. Nunca me faltou nada, porém, nunca tive luxos. Nascido e criado em Angra dos Reis/RJ, onde vivi até meus 17 anos. Cresci em uma casa de aluguel. Meus pais não tinham dinheiro para realizar o sonho da casa própria.
Quando eu tinha uns 7 anos de idade, meus pais conseguiram comprar um terreno em um bairro mais afastado do centro da cidade e então começaram a construir no local. O bairro não era bom. Lembro bem que tudo era mato. Literalmente. Não tinha asfalto no bairro. As ruas eram de terra batida. Quando chovia, o barro virava lama. Lembro que, certa vez, tivemos que colocar os pés dentro de um saco plástico de mercado, para proteger os calçados, para ir para escola de manhã. Fizemos isso para não chegar na escola com sujeira de lama até a metade da canela.
Estudei em colégio público até a sétima série. Sempre fui popular na escola. Sempre me dei bem com todo mundo. Todo mundo na escola pertencia a mesma classe social, não tinha mais rico ou mais pobre. Até que um professor de geometria da escola conversou com minha mãe e disse que eu tinha potencial para ter um ensino melhor e a convenceu a me matricular em uma escola particular. A partir da oitiva séria comecei a estudar em um colégio particular. Tudo era diferente. Havia pessoas muito ricas. Tinha alunos que chegavam na escola escoltados com segurança. Eu era um dos poucos alunos que precisava pegar ônibus para ir para o colégio. Não me enturmei bem naquela escola. Mas estudei ali até completar o ensino médio. Tive um bom ensino. Graças a minha mãe, que trabalhava o dia todo. Ela que pagava a mensalidade da escola. Na época, eu não tinha noção alguma de dinheiro. Hoje eu sei como minha mãe se esforçou trabalhando para custear meu estudo e um colégio de qualidade. Minha pegava 2 ônibus para ir e 2 ônibus para voltar do trabalho. Ela dava aula em um colégio bem longe da nossa casa.
Lembro até hoje da primeira aula de geografia no colégio particular. O professor me perguntou o que era PIB. Não soube responder. Eu não sabia o que significava a sigla PIB. Eu não tinha aprendido isso na escola pública. Lembro das aulas de inglês. Eu não sabia absolutamente nada. Na escola pública a única coisa que se ensinava de inglês era o verbo "to be". Era tudo o que eu sabia, o verbo to be. Mais nada. Eu simplesmente não conseguia acompanhar as aulas de inglês, não entendia nada. Mas todo mundo da sala sabia muito de inglês, todos ali estudavam em cursinhos de inglês. Alguns até costumavam viajar para o exterior. Eu, na oitava série, comecei a ter aulas de reforço após o horário do colégio, com uma aluna do ensino médio. Confesso que não aprendi nada, porque não havia tempo de aprender inglês até a semana de provas. Eu decorei para passar. E logo falei para minha mãe que eu precisava fazer um curso de inglês. Aos 13 anos, comecei a fazer curso de inglês.
Mudei de cidade aos 17 anos de idade. Época de vestibular. Em Angra dos Reis, na época, não havia ensino superior. Nem a distância. Na época não tinha essas coisas. Tive que deixar minha cidade natal para continuar estudando. Optei por estudar em uma cidade pequena. Quase todo mundo do colégio foi para a Capital, Rio de Janeiro, fazer faculdade. Eu optei por uma cidade pequena por alguns motivos: não ter problema com criminalidade, não precisar de transporte público, e ter um lugar para morar. Morar no Rio de Janeiro ficaria muito caro, e minha família não tinha muito dinheiro. E assim me mudei para Valença/RJ, onde vivo até hoje. Fui morar na casa da minha tia. Ao menos não havia gasto com aluguel, como teria no Rio de Janeiro, nem necessidade de gastos com transporte, pois minha tia mora bem próximo da faculdade.
Morei com minha tia durante toda a faculdade, e até 1 anos após. Sou Bacharel em Direito., formei em 2010. Após me formar, trabalhei 5 anos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, de 2010 a 2015, sempre na área criminal. Em 2011, meu segundo ano de trabalho, e já ganhando meu dinheiro, decidi fazer uma pós-graduação. E assim fiz minha especialização em Ciências Penais pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Em 2015, por insistência da minha namorada, fiz o concurso para o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Eu realmente não pretendia prestar esse concurso. Eu estudava com outro foco. Mas acabei sendo aprovado em primeiro lugar no cargo de Oficial de Justiça Avaliador e esse é meu trabalho desde 2015.
Em 2018, já com disciplina financeira, comecei a realizar meus sonhos. Viajei de avião pela primeira vez. Até 2018, com meus 30 anos, eu nunca tinha entrado em um aeroporto. Eu nunca tinha viajado de avião. Isso foi um marco na minha vida. Avião era algo que nunca tinha feito parte da minha vida. Isso nem era um sonho para mim. Até 2015, eu e minha família nunca tivemos condição alguma de viajar de avião. Isso era coisa de rico. Na minha família isso sequer era uma possibilidade. Esse assunto nem surgia, porque não era uma coisa do nosso mundo.
Graças a Deus comecei a namorar uma pessoa incrível que me incentivou a viajar. Até que, em 2018, viajamos para Foz do Iguaçu. Eu tinha 30 anos. Primeira vez que conheci um aeroporto na minha vida. E primeira vez que viajei de avião.
Contei alguns pedaços da minha história para mostrar que não nasci em berço de ouro. Meus nunca me falaram nada sobre dinheiro. Ao contrário. Eles escondiam esses escondiam esse assunto dos filhos. Eu e meu irmão nunca soubemos como as coisas andavam dentro de casa. Nunca soubemos se as finanças estavam apertadas ou folgadas. Ninguém me ensinou nada sobre educação financeira.
Mas digo: não desanimem. Busquem conhecimento. Não espere que seus pais lhe ensinem algo. Não esperem que seus pais realizem seus sonhos. Aprenda sobre educação financeira, sobre como lidar com dinheiro, sobre investimentos, e você será capaz de realizar seus sonhos. Eu tinha tudo para dar errado na vida. Foi o conhecimento que me salvou. Não pare de estudar. Seja curioso e autodidata. Esse é o caminho.
Hoje, sou Investidor em Renda Fixa e em Renda Variável e estudioso dos Fundos Imobiliários. Criador do perfil @investindo_em_fii no Instagram, onde compartilho algumas reflexões sobre fundos imobiliários.
Filho de um Policial Militar e uma Professora do Estado. Nunca me faltou nada, porém, nunca tive luxos. Nascido e criado em Angra dos Reis/RJ, onde vivi até meus 17 anos. Cresci em uma casa de aluguel. Meus pais não tinham dinheiro para realizar o sonho da casa própria.
Quando eu tinha uns 7 anos de idade, meus pais conseguiram comprar um terreno em um bairro mais afastado do centro da cidade e então começaram a construir no local. O bairro não era bom. Lembro bem que tudo era mato. Literalmente. Não tinha asfalto no bairro. As ruas eram de terra batida. Quando chovia, o barro virava lama. Lembro que, certa vez, tivemos que colocar os pés dentro de um saco plástico de mercado, para proteger os calçados, para ir para escola de manhã. Fizemos isso para não chegar na escola com sujeira de lama até a metade da canela.
Estudei em colégio público até a sétima série. Sempre fui popular na escola. Sempre me dei bem com todo mundo. Todo mundo na escola pertencia a mesma classe social, não tinha mais rico ou mais pobre. Até que um professor de geometria da escola conversou com minha mãe e disse que eu tinha potencial para ter um ensino melhor e a convenceu a me matricular em uma escola particular. A partir da oitiva séria comecei a estudar em um colégio particular. Tudo era diferente. Havia pessoas muito ricas. Tinha alunos que chegavam na escola escoltados com segurança. Eu era um dos poucos alunos que precisava pegar ônibus para ir para o colégio. Não me enturmei bem naquela escola. Mas estudei ali até completar o ensino médio. Tive um bom ensino. Graças a minha mãe, que trabalhava o dia todo. Ela que pagava a mensalidade da escola. Na época, eu não tinha noção alguma de dinheiro. Hoje eu sei como minha mãe se esforçou trabalhando para custear meu estudo e um colégio de qualidade. Minha pegava 2 ônibus para ir e 2 ônibus para voltar do trabalho. Ela dava aula em um colégio bem longe da nossa casa.
Lembro até hoje da primeira aula de geografia no colégio particular. O professor me perguntou o que era PIB. Não soube responder. Eu não sabia o que significava a sigla PIB. Eu não tinha aprendido isso na escola pública. Lembro das aulas de inglês. Eu não sabia absolutamente nada. Na escola pública a única coisa que se ensinava de inglês era o verbo "to be". Era tudo o que eu sabia, o verbo to be. Mais nada. Eu simplesmente não conseguia acompanhar as aulas de inglês, não entendia nada. Mas todo mundo da sala sabia muito de inglês, todos ali estudavam em cursinhos de inglês. Alguns até costumavam viajar para o exterior. Eu, na oitava série, comecei a ter aulas de reforço após o horário do colégio, com uma aluna do ensino médio. Confesso que não aprendi nada, porque não havia tempo de aprender inglês até a semana de provas. Eu decorei para passar. E logo falei para minha mãe que eu precisava fazer um curso de inglês. Aos 13 anos, comecei a fazer curso de inglês.
Mudei de cidade aos 17 anos de idade. Época de vestibular. Em Angra dos Reis, na época, não havia ensino superior. Nem a distância. Na época não tinha essas coisas. Tive que deixar minha cidade natal para continuar estudando. Optei por estudar em uma cidade pequena. Quase todo mundo do colégio foi para a Capital, Rio de Janeiro, fazer faculdade. Eu optei por uma cidade pequena por alguns motivos: não ter problema com criminalidade, não precisar de transporte público, e ter um lugar para morar. Morar no Rio de Janeiro ficaria muito caro, e minha família não tinha muito dinheiro. E assim me mudei para Valença/RJ, onde vivo até hoje. Fui morar na casa da minha tia. Ao menos não havia gasto com aluguel, como teria no Rio de Janeiro, nem necessidade de gastos com transporte, pois minha tia mora bem próximo da faculdade.
Morei com minha tia durante toda a faculdade, e até 1 anos após. Sou Bacharel em Direito., formei em 2010. Após me formar, trabalhei 5 anos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, de 2010 a 2015, sempre na área criminal. Em 2011, meu segundo ano de trabalho, e já ganhando meu dinheiro, decidi fazer uma pós-graduação. E assim fiz minha especialização em Ciências Penais pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Em 2015, por insistência da minha namorada, fiz o concurso para o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Eu realmente não pretendia prestar esse concurso. Eu estudava com outro foco. Mas acabei sendo aprovado em primeiro lugar no cargo de Oficial de Justiça Avaliador e esse é meu trabalho desde 2015.
Em 2018, já com disciplina financeira, comecei a realizar meus sonhos. Viajei de avião pela primeira vez. Até 2018, com meus 30 anos, eu nunca tinha entrado em um aeroporto. Eu nunca tinha viajado de avião. Isso foi um marco na minha vida. Avião era algo que nunca tinha feito parte da minha vida. Isso nem era um sonho para mim. Até 2015, eu e minha família nunca tivemos condição alguma de viajar de avião. Isso era coisa de rico. Na minha família isso sequer era uma possibilidade. Esse assunto nem surgia, porque não era uma coisa do nosso mundo.
Graças a Deus comecei a namorar uma pessoa incrível que me incentivou a viajar. Até que, em 2018, viajamos para Foz do Iguaçu. Eu tinha 30 anos. Primeira vez que conheci um aeroporto na minha vida. E primeira vez que viajei de avião.
Contei alguns pedaços da minha história para mostrar que não nasci em berço de ouro. Meus nunca me falaram nada sobre dinheiro. Ao contrário. Eles escondiam esses escondiam esse assunto dos filhos. Eu e meu irmão nunca soubemos como as coisas andavam dentro de casa. Nunca soubemos se as finanças estavam apertadas ou folgadas. Ninguém me ensinou nada sobre educação financeira.
Mas digo: não desanimem. Busquem conhecimento. Não espere que seus pais lhe ensinem algo. Não esperem que seus pais realizem seus sonhos. Aprenda sobre educação financeira, sobre como lidar com dinheiro, sobre investimentos, e você será capaz de realizar seus sonhos. Eu tinha tudo para dar errado na vida. Foi o conhecimento que me salvou. Não pare de estudar. Seja curioso e autodidata. Esse é o caminho.
Hoje, sou Investidor em Renda Fixa e em Renda Variável e estudioso dos Fundos Imobiliários. Criador do perfil @investindo_em_fii no Instagram, onde compartilho algumas reflexões sobre fundos imobiliários.
Repare que não tenho formação em finanças. Não fiz faculdade ou especialização da área. Não tenho qualquer certificado do mercado financeiro. Sou apenas mais um pequeno investidor pessoa física. Por isso, minhas reflexões aqui no blog NÃO devem ser entendidas como recomendação nem de compra, nem de venda nem de manutenção. Eventuais ativos citados em algum texto são mencionados apenas a título de exemplo, e não de recomendação. Não faço recomendação de nenhum ativo. Sou apenas um pequeno investidor compartilhando seus pensamentos sobre finanças pessoais e investimentos.
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